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domingo, janeiro 20, 2013

Crítica do filme O Anticristo (Antichrist)

Título Original:
Antichrist

EUA: 2009
BRA: 2009 (28 de agosto)

Duração:
108 min

Gênero:
Drama | Terror

Direção: 
Lars von Trier

Roteiro: 
Lars von Trier

Elenco: 
Willem Dafoe (Marido)
Charlotte Gainsbourg (Esposa)

A dor, o sofrimento e o desespero, até que ponto vai a natureza humana? O ego interno pode tomar conta de nossos atos? O feminicídio com a perda de um filho, a que nível de loucura do luto é possível aguentar?

O prólogo triste e realista, nos momentos íntimos entre o casal, o bebê, com costume de acordar de repente e vagar pela casa, cria a tragédia da história e da mãe (Charlotte Gainsbourg), o marido (Willem Dafoe) como dever de pai, consola sua esposa com o cruel destino de seu filho, e como terapeuta, começa a ajudar com o luto intenso que agora crescia.

O tempo não resolvia, com uma iniciativa, o marido tenta aos poucos, novas técnicas de terapia com a esposa, tentando descobrir o por que continua com o desespero da perda. Porém, as novas formas de terapia começam a revelar o real caos da situação, as reações da esposa começam a mudar, e pouco a pouco, começa a piorar.

Os dias passam, a intensidade da perda começa a trazer relações a uma tese que a esposa escrevia sobre o feminicídio, e as dúvidas começam afetar o terapeuta com a cabana e Éden a qual se encontravam. As técnicas agora ficam confusas, a esposa se recai e se liberta de uma hora para outra, e o mistério dos estágios continuam.

Com a ilusão do abstrato e irreal que dominavam a esposa, o terapeuta começa a se perder e dificultar a ajuda do real e irreal, as soluções agora estavam acabando e o pior era destinado a acontecer.

O filme foi marcado pelas fortes cenas dos devaneios do casal, os mistérios da neblina da religião é o ponto central do filme. O diretor quis mostrar totalmente o que desejou a ser mostrado, já que ele mesmo disse:

"Simplesmente achei que seria errado não mostrar. Sou um cineasta que acredita que devemos colocar na tela tudo o que pensamos. Sei que é doloroso ver, mas esse filme tem muito a ver com essas dores."

Embora sejam só dois atores, tanto Willem Dafoe como Charlotte Gainsbourg impressionaram os telespectadores, as emoções, as reações, os atos de desespero e sexual mostraram totalmente o que o diretor queria.

Análise da Teologia do filme

Cenas surpreendentes, violência e fortes relações íntimas do casal, não podemos nos focar neste ponto de vista, já que o filme traz significados contrários de cristo (logicamente conforme o título), porém, O "Anti-Cristo" do filme, é uma ideia contrária a Cristo, de que os aspectos trazidos do filme que na bíblia diz ser "divina" é justamente ao contrário.

Éden que na bíblia se diz paradisíaco, no contexto do filme, é assustador e cruel. Têm a representação da "natureza humana", e não da natureza florestal, verde, plantas, animais. Ocorre no filme uma construção paradoxal, onde o Éden é o inferno, o bem e
a consciência lhe fazem mal. Ou seja, Éden (no filme) funciona como uma espécie de redoma que permite a eles que se concentrem na própria dor e transforma-se, aos poucos, na antítese do paraíso, contrariando a versão bíblica.

Os três Mendigos, o ato final, é também outro paradoxo da bíblia. Os três reis magos Belchior, Baltasar e Gaspar celebraram o nascimento do redentor. Já no filme, o veado, o corvo e a raposa trazem a morte, o luto e a dor. São o lado reverso da redenção do nascimento, a morte.

Conclusão: Nebuloso, duvidoso e religioso. Um filme complexo a se entender, poucos conseguiram captar o que Lars von Trier quis mostrar ao público. Embora seja um filme forte, possui uma ótima história e uma contradição a relação bíblica, mas não somente a este gênero, também, a dor infernal de uma mãe com a perda de um filho. Ainda assim, é um filme complicado a compreender. Recomendo a duvidosos religiosos.

Para quem ainda esta com dúvidas sobre Os Três Mendigos e o sentido do filme, abaixo dois links que recomendo a leitura:

Os Três Mendigos
O Anticristo de Lars von Trier

Crítica por: Gustavo

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Autor: Gustavo Padilha
Crítico, escritor, ultra-romântico, poeta. Embora o blog não seja nada sobre literatura, procuro não deixar os velhos costumes de lado. Posto notícias de jogos desde 2010 e críticas 2011, futuramente talvez escrever resenhas de livros ou recomendações.

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