Dono do Megaupload tinha armas e carro escrito "Deus"
Foto de 2002 mostra Kim Schmitz (de boné), também conhecido por Dotcom, chegando em Munique, na Alemanha, país em que nasceu |
Além de um guarda-costas, a polícia encontrou pela frente duas espingardas. "Não foi o caso de bater na porta", disse ele. Uma equipe de mais de 70 agentes neozelandeses inspecionou nesta sexta-feira a mansão de US$ 30 milhões onde Schmitz morava em Auckland com sua família e outros nove imóveis na mesma cidade.
Em uma de suas propriedades, a mansão milionária Chrisco, foram encontrados US$ 10 milhões - incluindo títulos do governo da Nova Zelândia -, obras de artes e carros avaliados em US$ 6 milhões. Um Maserati 2010, um Lamborghini e um Rolls Royce Phantom 2008 com uma placa onde se lê "Deus" foram encontrados. Outros 15 carros da marca Mercedes Benz trazem placas em que se lê "máfia", "hacker", "culpado" de acordo com o site neozelandês. Schmitz, apaixonado por corridas de carros e mulheres, além dos computadores, gostava de alardear que era um dos dez homens mais ricos da Nova Zelândia, segundo a imprensa local.
Kim Schmitz, mais conhecido por Dotcom, fundador do Megaupload, e os outros três envolvidos que foram presos na operação, Finn Batato e Mathias Ortmann, assim como o holandês Bram van der Kolk, tiveram a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira. Na segunda-feira eles retornam ao tribunal neozelandês para decidir o pedido de liberdade mediante o pagamento de fiança, segundo ditou o juiz David McNaughton, dos tribunais de North Shoreou, ou uma possível extradição.
Schmitz e Ortmann fundaram a Megaupload. Ortmann desempenhava o cargo de diretor, Batato dirigia a unidade de marketing e o holandês era supervisor de programação. O alemão Sven Echternach, de 39 anos, chefe de desenvolvimento de negócios, o eslovaco Julius Bencko, de 35, desenhista, e o estoniano Andrus Nomm, de 32, responsável da divisão de software, estariam em paradeiro desconhecido e procurados pelo FBI.
Wormald disse que Schmitz, de 37 anos, e Van der Kolk, de 29, têm permissão de residência na Nova Zelândia, enquanto Ortmann, de 39, e Batato, de 38, figuram na Imigração como "visitantes". Segundo o site 3 News, outros quatro suspeitos foram presos na manhã desta sexta-feira e três permanecem foragidos em outros países.
Entenda o caso
As autoridades dos EUA, incluindo o FBI (polícia federal americana) tiraram o Megaupload do ar e outros 18 sites afiliados nessa quinta-feira por considerar que o site faz parte de "uma organização delitiva responsável por uma enorme rede de pirataria virtual mundial" que causou mais de US$ 500 milhões em perdas ao transgredir os direitos de propriedade intelectual de companhias.
As autoridades americanas consideram que por meio do Megaupload, que conta com 150 milhões de usuários registrados, e de outras páginas associadas ingressaram cerca de US$ 175 milhões. A Justiça americana confiscou US$ 50 milhões de dólares das contas da empresa com sede em Hong Kong.
Megaupload Ltd., e outra empresa vinculada ao caso, a Vestor Ltd, foram indiciadas pela câmara de acusações do estado da Virgínia (leste) por violação aos direitos autorais e também por tentativas de extorsão e lavagem de dinheiro, infrações penalizadas com 20 anos de prisão.
A polícia neozelandesa informou que confiscou dos detidos e da empresa bens avaliados em US$ 4,8 milhões, além de US$ 8 milhões depositados em contas abertas em diversos bancos da Nova Zelândia. No entanto, as autoridades do país não devem apresentar acusações formais contra o Megaupload, apesar de considerar que a empresa também infringiu as leis sobre propriedade intelectual deste país.
Em resposta ao fechamento do Megaupload, o grupo de hackers Anonymous bloqueou temporariamente o site do Departamento de Justiça e o da produtora Universal Music, entre outros na noite de quinta-feira. De acordo com os hackers, foi o maior ataque já promovido pelo grupo, com mais de 5 mil pessoas utilizando a ferramenta de ataque.
O anúncio do fechamento do Megaupload ocorre em meio a uma polêmica nos Estados Unidos sobre uma proposta de lei antipirataria, o Sopa, que corre na Câmara dos Representante, e o Pipa, que é debatido no Senado, contra as quais se manifestou, entre muitos outros, o site Wikipédia, interrompendo seu acesso na quarta-feira e o Google mascarando seu logo. O protesto de quarta-feira foi chamado de apagão ou blecaute pelos manifestantes.
Com informações da EFE e da AFP.
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